quarta-feira, 10 de junho de 2015

O que já foi noticia sobre a Cia da Alegria.


VOLUNTÁRIOS LEVAM ALEGRIA PARA PACIENTES

ON .

MATERIA ESPECIAL | Piadas, brincadeiras, bate-papo, presentes e alegria são alguns dos “remédios” nada convencionais que os membros da Cia. da Alegria de Vilhena levam aos pacientes do Hospital Regional Adamastor Teixeira de Oliveira todos os sábados. Vestidos de palhaços e de personagens infantis, eles visitam e emocionam os pacientes.
Segundo a idealizadora do projeto Gleicy Sassaki, de 22 anos, o objetivo é descontrair o ambiente de internação, minimizando as dores, recuperando a alegria e contribuindo assim com a restauração dos pacientes. “Estudos comprovam que a alegria combate o estresse e, nos hospitais, contribui para a evolução do paciente e minimiza o tempo de internação. Esse é o nosso objetivo, levar alegria aos pacientes internados para que eles se recuperem mais rápido”, explica Gleicy.
De acordo com Gleicy, o projeto foi criado há cinco anos, após ela ter ficado internada durante sete dias no HR. “Naquela época tinha um grupo que fazia esse trabalho, mas apenas para as crianças, então resolvi que quando tivesse alta iria me dedicar a levar a alegria a todos os pacientes do HR tanto adultos quanto crianças. Assim eu fiz. Chamei os amigos e estamos trabalhando desde então”, relembra.
A psicóloga Angélica Sanches, de 26 anos, é uma das voluntarias do projeto. “É muito emocionante poder visitar os pacientes e levar um pouco de alegria para eles”, conta. Opinião compartilhada pela estudante de administração Fernanda Rockembach, de 18 anos, que faz parte do projeto. “Não tem preço ver o sorriso estampado no rosto de um paciente”, afirma Fernanda.
A estudante Larissa Gabrieli Gomes, de apenas 14 anos, também se sente lisonjeada em poder proporcionar alegria às pessoas que estão internadas no hospital. Para ela, o maior benefício é dar um pouco de esperança a quem já não sabe o significado dessa palavra. "É gratificante poder dar às pessoas algo que elas não encontram nos outros, reencontrar a alegria em um momento de dor. O sorriso deles é o nosso maior presente", afirmou Larissa.
Gleicy conta que durante as visitas costuma falar tanto com pacientes quanto com os funcionários que trabalham no hospital. “Os funcionários também precisam de atenção afinal estão trabalhando em um local onde a tensão é grande e quando eles conversam com a gente pelo menos por um momento ficam descontraídos e se permitem sorrir e se alegrar”, diz Gleicy.
A técnica de enfermagem Cidinha Queiroz que diz que a alegria do grupo contagia a todos no HR. “Eles chegam vestidos de palhaços e isso já alegra qualquer lugar. Além disso, sempre distribuem balinhas para adoçar a nossa vida. Esses gestos parecem pequenos, mas fazem a diferença”, fala Cidinha.

CRIANÇAS RECEBEM ATENÇÃO ESPECIAL

A pediatria é um local especial para os voluntários da Cia. da Alegria, diz Gleicy. “É o primeiro lugar que visitamos durante nosso trabalho, pois a rotina de um hospital não é agradável aos adultos, imagine para as crianças. É comum encontrá-las em seus leitos, tristes e impacientes. Isso até a cor e o riso invadirem e transformarem essa atmosfera”, explica Gleicy.
Assim que o nariz vermelho aponta na porta, as crianças já percebem que é uma visita diferente. “Conversamos com elas e damos presentes e balas, a alegria contagia o local e até os pais começam a brincar. É muito bacana a mudança de humor das crianças ao ver o grupo”, fala Gleicy.
Marilecine Sabanê, mãe do pequeno Wederson Sabanê, de 7 meses, presenciou a transformação no humor das crianças causada pela visita do grupo. “O meu filho estava triste e quando viu as meninas vestidas de palhaço já começou a sorrir e brincar isso foi muito bom. Acredito que é um momento que ele esqueceu a dor”, disse Marilecine.
Até os pacientes mais velhos ficam encantados com a visita dos voluntários. É o caso de Noel de Souza, de 33 anos, que estava internado na ortopedia no HR com o pé quebrado após um acidente de moto. Afinal, não há como resistir a um solidário sorriso.
Para o profissional autônomo Anilson Novais, de 42 anos, que ficou internado no HR com o braço quebrado apos um acidente de automóvel o trabalho voluntário do grupo é motivador. “Eles são tão jovens e já se preocupam com o bem estar de pessoas que nem conhecem, isso é inspirador e faz com que a gente queira fazer o bem também, o mundo precisa de mais pessoas assim”, disse Anilson.

PARA SER VOLUNTÁRIO

De acordo com Gleicy, qualquer pessoa pode ser voluntária no grupo basta apenas ter amor no coração e vontade de ajudar o próximo. “Quando estamos realizando as visitas nos entregamos e damos o melhor de nós que é a nossa alegria e energia positiva”, diz.
O grupo conta com doação do comércio local. “Recebemos doações de balões e balas para distribuir durante as visitas, isso é muito importante, pois nem sempre temos dinheiro para comprar esses objetos e todas as semanas precisamos”.
Segundo Gleicy, o trabalho voluntario ajuda ela a enfrentar os desafios do dia a dia. “Saber que estou contribuindo para melhorar a vida das pessoas me motiva a seguir em frente. A cada sábado que passa, são novas histórias, novas pessoas, e cada uma delas tem algo para nos contar sobre sua vida. O maior e melhor pagamento que nós recebemos é o sorriso das pessoas maravilhosas que conhecemos todos os sábados durante as nossas visitas”, fala emocionada Gleicy.

SOBRE OS PALHAÇOS

O trabalho de voluntários vestidos de palhaços dentro dos hospitais começou em 1986, com Michael Christensen, um palhaço americano, diretor do Big Apple Circo de Nova Iorque, que se apresentava numa comemoração num hospital daquela cidade, e pediu para visitar as crianças internadas que não puderam participar do evento. Improvisando, substituiu as imagens da internação por outras alegres e engraçadas. A partir daí começou o trabalho dos palhaços que levam alegria para crianças internadas em hospitais. No Brasil, começou em 1991, com Wellington Nogueira, que iniciava o grupo Doutores da Alegria. Depois desse grupo, muitos outros foram fundados, espalhando alegria nos hospitais do Brasil inteiro, levando solidariedade, humor e carinho aos pacientes internados em hospitais.
Matéria Publicada originalmente na Revista Imagem, edição 98 de Abril/2014
Matéria do site http://www.imagemro.com/index.php/reportagens/1819-voluntarios-levam-alegria-para-pacientes 

Nenhum comentário:

Postar um comentário